Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco |
Até o início de agosto, fortes chuvas continuarão a ocorrer de forma intermitente, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima. A cada 3 ou 4 dias a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata vão passar por dificuldades como quedas de árvores, alagamentos, empoçamento das vias e deslizamentos de terra. Estas últimas, inclusive, foram registradas 61 vezes na última sexta-feira. Foram registrados 61 deslizamentos de barreiras em Pernambuco. Quase 400 pessoas estão desalojadas e 415, desabrigadas. Desde o início do período de chuvas, em maio, já houve cinco mortes, 1.403 desabrigados e 6.512 pessoas desalojadas no Estado.
Na comunidade do Córrego da Bica, bairro da Várzea, a terra caiu sobre um condomínio e atingiu os veículos estacionados. Na comunidade do Córrego da Josélia, em Nova Descoberta, um muro foi antigido e cedeu. Em Ribeirão, as quedas atingiram casas inteiras. Mas a cidade mais atingida pelas chuvas foi Sirinhaém.
Somente de ontem para hoje já caíram cerca de 254 mm. A média mensal para a Cidade é de 246 mm. O número significa que a água encheria uma bacia de 1m em até 25,4 cm. Os dois municípios foram castigados com as cheias de rios que cortam a Mata Sul. E, mesmo no Agreste, ondas as chuvas deveriam acontecer com menos intensidade, levou Garanhuns a decretar situação de emergência.
De acordo com a Prefeitura do Recife, entre a quinta e sexta-feira o índice pluviométrico registrou uma precipitação de 100 mm. É como se uma A Defesa Civil do Recife chegou a registrar 46 ocorrências, entre solicitações de vistorias e colocações de lona. De acordo com Eduardo Pereira, chefe da Casa Militar, as equipes da Defesa Civil ficarão de prontidão nas Cidades mais atingidas.
Edilene Santos, 45, não consegue dormir quando chove. Moradora de Nova Descoberta há 14 anos, ela conta que precisa mudar de casa toda vez que é emitido um alerta de chuvas. “Eu vou dormir na casa da minha irmã, porque essa barreira que está bem aqui em cima de casa pode cair a qualquer momento. Já pedi lonas à Defesa Civil desde abril, todo dia escorrega um pouquinho de terra daí”.
Às 21h da quinta-feira seu Jurandir de Arruda recebeu uma ligação da sua esposa. Ela, aflita, ligou para o marido que estava no trabalho para contar que o muro que eles construíram no quintal de casa havia cedido e caído por cima do terreno do vizinho. “Toda vez que chove é um problema. Ontem caiu muita água, o solo não era cimentado, a chuva infiltrou o solo e ele cedeu”, explicou seu Jurandir.
O acidente não deixou feridos. O muro de alvenaria foi construído pelo próprio dono da casa com o intuito de evitar acidentes. “Esse muro foi construído há uns 8 anos, já para conter o deslizamento”.
Uma equipe da defesa civil esteve na casa de Jurandir de Arruda na manhã de ontem para fazer a visita técnica. Para diminuir o risco de novos acidentes, lonas foram instaladas na região. Equipes da Defesa Civil foram investigar as causas dos deslizamentos no Córrego da Bica. Ao longo do dia foram tomadas novas medidas preventivas para evitar que o problema se repita.
Fonte: Folha de Pernambuco
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